A expressão retórica renascentista refere-se ao estudo e prática da retórica de aproximadamente 1400 a 1650.
Os estudiosos geralmente concordam que a redescoberta de manuscritos importantes da retórica clássica (incluindo obras dos filósofos Cícero, Platão e Aristóteles) marcou o início da retórica renascentista na Europa e que a invenção da impressão permitiu que esse campo de estudo se espalhasse.
James Murphy observou em seu livro de 1992 “Peter Ramus’s Attack on Cicero” que “no ano 1500, apenas quatro décadas após o advento da impressão, todo o corpus ciceroniano já estava disponível para impressão em toda a Europa”.
Definição e origem
A retórica é derivada do que Marcus Fabius Quintilian, um educador e retórico romano do século I, chamou de “facilitas”, a capacidade de produzir uma linguagem adequada e eficaz em qualquer situação.
Pensa-se que a retórica clássica, uma arte de falar e escrever persuasivos, foi praticada já no século VI aC na Grécia antiga pelos filósofos Platão, Cícero, Aristóteles, Sócrates e outros
Nos anos 1400, a retórica ressurgiu e emergiu como um amplo tópico de estudo.
Estudiosos como Murphy notaram que a impressora móvel inventada por Johannes Gutenberg em 1452 permitiu que a retórica como um campo de estudo e prática fosse amplamente disseminada entre os acadêmicos, a elite cultural e política e as massas.
A partir daí, a retórica clássica se expandiu para muitas profissões e áreas de estudo.
Dispersão Social e Geográfica
Devido em parte ao surgimento dos tipos móveis, a retórica espalhou-se muito além da elite cultural e política para as massas. Tornou-se uma espécie de movimento cultural que afetou a academia como um todo.
A retórica renascentista não se limitou à elite cultural dos humanistas, mas tornou-se um fator substancial de um amplo movimento cultural que teve grande impacto no sistema educacional das humanidades e abrangeu cada vez mais grupos e camadas sociais.
Não foi limitado para a Itália, de onde teve sua origem, mas se espalhou para o norte, oeste e leste da Europa e daí para as colônias ultramarinas na América do Norte e Latina, Ásia, África e Oceania.
Os especialistas em retórica tornaram-se hábeis em muitas outras áreas de estudo em função de serem mais eficazes na comunicação e na discussão de suas ideias.
Mulheres e retórica renascentista
As mulheres também ganharam influência e tiveram maior o à educação devido ao surgimento da retórica durante esse período.
“As mulheres eram mais propensas a ter o à educação durante o Renascimento do que em períodos anteriores da história ocidental, e uma das matérias que elas teriam estudado era retórica. No entanto, o o das mulheres à educação e, especialmente, a mobilidade social que essa educação proporcionava às mulheres, não deve ser exagerado. ”
Tal trecho, retirado de “A História e Teoria da Retórica” ??de James A. Herrick explica que as mulheres, que haviam sido excluídas do estudo da retórica em períodos anteriores, tiveram maior participação e mudaram a “prática retórica para uma direção mais conversacional e dialógica “.
E então, curtiu conhecer mais sobre o tema?
Não deixe de ler também – Filosofia: Entenda o que é retórica
